Vinum aeternum

Produzido a partir de uma vinha centenária, localizada na sub-região do Cima Corgo, no Douro, AETERNUS é um tinto de carácter, criado em homenagem a Américo Amorim e ao seu notável percurso no mundo empresarial. A colheita de 2022 dá continuidade a este tributo, preservando a identidade de um vinho raro, com uma forte ligação à terra e à história da família Amorim.
Na serenidade imponente do Douro, onde o tempo se curva ao ritmo da terra e do rio, nasce a nova colheita (2022) de AETERNUS, um vinho raro, produzido apenas quando a natureza e o homem se alinham para criar algo excepcional. Esta nova edição presta continuidade à homenagem ao empresário, um apaixonado e defensor do Douro.
Américo Amorim foi um homem carismático. Nascido em 1934, em Mozelos, num Portugal ainda rural e resiliente, cresceu numa família marcada pelo trabalho árduo, pela humildade e pela palavra dada. Era o quinto de oito filhos, moldado por perdas profundas (a morte da mãe aos 18 anos e a do pai pouco tempo depois) e por desafios que cedo lhe incutiram uma notável capacidade de resistência. Talvez tenha sido essa dureza inicial que lhe deu uma sensibilidade rara para os detalhes, para os lugares e para as pessoas.
O tempo fez dele um empresário e um construtor de visões. Foi no Douro que encontrou o espelho da sua própria alma. Um território austero, belo, exigente, só revelado a quem o respeita e cuida. Foi aqui que sonhou, construiu e preservou. AETERNUS nasce desse amor silencioso e profundo, de quem sentia, mais do que dizia.
Foi para o homenagear que Luísa Amorim a mais nova das suas três filhas (e a que deu continuidade ao projecto familiar na área do vinho), decidiu criar o vinho Aeternus, só lançado em anos excepcionais. (*Luísa na foto de entrada, com a equipa de viticultura e enologia).
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A vinha centenária da parcela Américo, situada na sub-região do Cima Corgo, deu origem a uvas que enfrentaram um ano vitícola particularmente exigente. Com um inverno seco, primavera quente e verão de extremos térmicos, a resiliência da vinha revelou-se notável. O solo de xisto grauváquico (formado pela transformação de sedimentos marinhos ao longo de milhões de anos), com excelente capacidade de retenção hídrica, garantiu uma maturação equilibrada e uniforme. Vindimadas manualmente a 9 de setembro, as uvas apresentaram uma acidez viva e compostos fenólicos maduros, ingredientes ideais para um vinho com alma e longevidade.
A vinificação do AETERNUS 2022 seguiu o rigor que faz parte deste projeto. Na adega, a intervenção enológica foi mínima, respeitando o património genético local e o caráter ancestral da parcela. Todas as uvas foram desengaçadas. A fermentação decorreu a baixa temperatura durante 15 dias, após uma pré-maceração a frio de dois dias, com remontagens suaves e variadas, ajustadas pela prova da equipa de enologia. Com um estágio de doze meses em barricas de carvalho francês de 300 litros (30% novas e 70% de segundo uso) seguido de mais seis meses em foudres de 1.200 litros. Um trabalho meticuloso que resultou num tinto de grande profundidade, pleno de energia e equilíbrio, que expressa o caráter inconfundível desta parcela histórica.
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Produzido em quantidades limitadas (apenas 3.600 garrafas de 750 ml e 200 magnums de 1500 ml) o AETERNUS 2022 foi engarrafado em novembro de 2024. De uma cor rubi profunda e intensa, tem um aroma complexo, revela fruta preta (ameixa, cassis, amora silvestre), especiarias finas, tabaco, cacau e, com o tempo no copo, notas de trufa, a mineralidade do xisto e um fundo balsâmico elegante. Na boca, é volumoso e equilibrado, com taninos sedosos e acidez fina e integrada. O final é longo e envolvente.
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Destaque Vinhas Centenárias
Além do lançamento do Aeternus, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo promoveu ainda uma prova dos seus vinhos de topo para dar a conhecer o percurso que estas referências tiveram ao longo dos últimos anos. De todas elas, destacaram-se as novas colheitas dos ‘Vinha Centenária’, as referências P28/P21 e P29/P21 da vindima de 2021. Estes vinhos especiais são também fruto de um legado pioneiro iniciado entre 1979 e 1981, com a primeira plantação monovarietal no Douro, que envolveu castas tradicionais como Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz.

Produzidos em edição limitada, com menos de 5 mil garrafas cada, refletem o terroir da quinta e a modernização da região. O P29/P21, 100% Touriga Nacional, destaca-se pela elegância, cor púrpura intensa, aromas florais e de frutos negros, e estrutura marcada por taninos suculentos e firmes. Já o P28/P21, com predominância de Tinta Roriz, revela mineralidade, notas especiadas, fruta vibrante e passagem por 12 meses em carvalho francês, expressando volume e densidade típicos da casta.
Ambos os vinhos revelam a dedicação que a Quinta Nova tem tido relativamente à preservação do património genético e do terroir centenário, mas também aos 20 anos do primeiro hotel vínico no Douro, que assinala a aposta da casa na área do enoturismo.
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