O carácter profundo das vinhas velhas

Os tintos de Vinhas Centenárias da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo são vinhos de garra que revelam um terroir muito próprio, num equilíbrio perfeito entre a tradição e inovação. O Porto Vintage complementou a apresentação destes vinhos da reconhecida propriedade duriense.
No lançamento recente da sua nova adega no Douro, a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo apresentou os seus tintos ‘Vinha Centenária’, que conjugam a parcela 21 com as parcelas 28 (de Tinta Roriz), e 29 de (Touriga Nacional), estas duas últimas com mais de 40 anos. A integração destas três parcelas levou à criação de vinhos de topo que são uma hoje uma referência na região do Douro. «Os muros de xisto preservam a Parcela 21, uma vinha centenária que constitui actualmente um património genético com cerca de 80 castas, destacando-se a Donzelinho Tinto, com 8% do encepamento total, e 3% de castas brancas. A co-plantação de 6000 plantas por hectare foi efectuada num sistema tradicional e complexo, onde elas competem e aumentam o nível de concentração entre si», salienta Ana Mota, responsável de viticultura e sustentabilidade.
Apesar da produção muito baixa, cuida-se destas parcelas de forma tradicional e mobiliza-se o solo com charrua e cavalo, preservando a história e as tradições do Douro através de vinhos de nível mundial. «A beleza destes vinhos é que nos permite perceber o valor de cada uma destas parcelas que resultam das primeiras plantações monovarietais na região (entre 1979 e 1981) e que se tornaram numa referência das castas Touriga Nacional e Tinta Roriz no Douro. O loteamento com 25% de Vinha Centenária aporta-lhes toda a complexidade de um legado de cepas com mais de um século de vida. São vinhos fruto da nossa terra. São vinhos que espelham a nossa identidade», refere a produtora e CEO da Quinta Nova, Luísa Amorim.
As temperaturas elevadas durante todo o ciclo vegetativo, em particular nos meses de Junho, Julho e Agosto, aliados à baixa precipitação ocorrida na primavera, levaram à antecipação do início da vindima, num ano que se tornou historicamente marcado pela pandemia e do qual resultou uma produção menor, mas generosa em qualidade. As uvas recebidas na adega apresentaram-se mais concentradas em aromas e com bons níveis de açúcar que originaram vinhos intensos, cristalinos, complexos e frescos.
O Quinta Nova Vinha Centenária Referência P28/P21 é um vinho sofisticado, com aroma de fruta preta madura, notas minerais e de especiaria, com uma estrutura bem firme onde se destacam os taninos angulares, elevada concentração, densidade e profundidade. «Um vinho que parece não ter fim, que expressa bem a sua origem e se traduz numa referência da Tinta Roriz no Douro», refere o enólogo Jorge Alves.
Já no Quinta Nova Vinha Centenária Referência P29/P21 destaca-se um «perfil muito elegante, com uma estrutura de taninos suaves, suculentos de enorme precisão. Uma textura xistosa, de elevada gravidade, com um perfil seivoso, onde sobressaem notas de especiarias e de alcatrão resultante da vinha velha, e cor bem púrpura que refletem na sua essência a natureza da Touriga Nacional», salienta o enólogo. Ambos os vinhos têm um PVP a rondar os 90 euros.

Da Quinta Nova surge ainda o Quinta Nova Porto Vintage 2021 (foto em cima) que segue a mesma linha de qualidade do primeiro Vintage (e o primeiro vinho da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo), produzido em 1992. O ano de 2021 teve um Verão ameno e uma vindima de equinócio clássico. As condições naturais e as noites frescas contribuíram para uma maturação lenta e gradual, favorecendo o equilíbrio da uva e guardando aromas primários e boa frescura. Um Vintage que se revela muito afinado, destacando-se o seu equilíbrio entre músculo e elegância, e um longo final de boca muito prazeroso. O Quinta Nova 2021 tem uma produção exclusiva de 1500 garrafas, e o seu PVP também ronda os 90€

