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O terroir alentejano num tinto de futuro

A Tapada de Coelheiros, situada no coração do Alentejo, apresenta o seu mais recente lançamento – o Tapada de Coelheiros Tinto 2020 – um vinho que dá a conhecer a qualidade do terroir  alentejano e o trabalho feito ao longo dos últimos anos na área da agricultura regenerativa.

Os recursos naturais são pilares fundamentais da filosofia da Tapada de Coelheiros. Por isso, e cada vez mais, este produtor situado na Igrejinha, tem-se destacado cada vez mais ao longo dos últimos anos ao adotar práticas agrícolas inovadoras e sustentáveis. Com 53 hectares de vinhas certificadas em agricultura biológica, a  adega procura preservar os ecossistemas locais, alinhando-se com métodos que promovem a regeneração do solo, sem recorrer a produtos químicos sintéticos. A abordagem da Tapada de Coelheiros baseia-se assim na certificação ecológica e no fortalecimento da biodiversidade, a melhoria da saúde do solo e a produção de vinhos que respeitam o meio ambiente.

A nova colheita do Tapada de Coelheiros Tinto (2020) é um excelente exemplo disso. Elaborado com as castas Cabernet Sauvignon (70%) e Alicante Bouschet (30%), é um tinto que expressa o clássico terroir alentejano. 2020 foi particularmente desafiador devido às condições climáticas, mas a Tapada de Coelheiros aproveitou as circunstâncias, com um inverno chuvoso que reabasteceu as reservas hídricas do solo e uma primavera amena que proporcionou as condições ideais para o desenvolvimento das vinhas. «O resultado é um vinho vivo, com boa complexidade aromática,  que revela o impacto positivo das práticas regenerativas que aplicamos», afirma Luís Patrão, enólogo responsável pela Tapada de Coelheiros. Segundo Patrão, a colheita de 2020 é uma das mais equilibradas dos últimos anos. «A combinação de um clima mais ameno e as práticas de agricultura regenerativa permitiram-nos produzir um vinho de grande frescura e estrutura, com uma boa integração dos taninos e uma acidez marcante. Este é um vinho que conta a história do nosso trabalho na vinha, desde a recuperação do solo até o cuidado no manuseamento das vinhas», explica o enólogo. O Tapada de Coelheiros Tinto 2020 passa por um estágio prolongado em madeira e garrafa, o que confere ao vinho uma textura aveludada e uma complexidade adicional, com notas de café e madeira tostada no final.


A Tapada de Coelheiros foi, também, uma das primeiras adegas da região a obter a certificação PSVA (Programa de Sustentabilidade de Vinhos do Alentejo), o que reforça o compromisso da marca com a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais. «A nossa filosofia é simples: respeitar a terra, preservar a biodiversidade e produzir vinhos que expressem o melhor do nosso terroir, enquanto trabalhamos para um futuro mais sustentável para a viticultura», reforça ainda Luís Patrão.

Recorde-se que o Tapada Tinto é um vinho histórico produzido pela primeira vez em 1991. Foi, desde o início, feito na sua maiora, com a casta Cabernet Sauvignon, e assim se mantém até hoje, tendo-se tornado num vinho clássico de qualidade em Portugal. Tem origem na Vinha Leonilde, plantada em 1982 , em homenagem a D. Leonilde Silveira (uma das proprietárias de Coelheiros), pela sua dedicação à terra, herdade e região. A experiência de várias vindimas e uma melhor compreensão dos solos permitiram a introdução de Alicante Bouschet conduzindo-o ao lote actual. Cada parcela é fermentada em separado de forma a evidenciar a sua singularidade, seguindo-se um estágio que se divide entre 18 meses em barrica de carvalho francês e 18 meses em garrafa.


O resultado de todos estes passos pode agora ser conhecido pelos apreciadores de vinho, que já o podem encontrar no mercado. Um tinto com aroma de  fruta preta silvestre, envolvida em especiarias e tabaco. Na boca sobressai a frescura e especiaria do Cabernet Sauvignon, seguindo-se a textura cremosa do Alicante Bouschet, que nos conduz para um final elegante e persistente.